quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Estereótipos e a Felicidade

A todo instante, a indústria cultural bombardeia-nos com estereótipos de beleza e de poder que aparecem nas mais diversas mídias. O sucesso é “medido” pela quantidade de coisas que as pessoas possuem, pelo saldo da conta bancária, pelo cargo que ocupam, pela beleza física.  Construiu –se uma concepção de mundo em que a realização pessoal e até profissional estão associadas a esses estereótipos . Parece ser impossível ser feliz de outra forma.
Isso afeta também os relacionamentos afetivos. As pessoas escolhem um companheiro que preencha os requisitos de alguém “bem-sucedido”. E assim,   esquecem-se de olhar o que realmente importa, enxergar o que as pessoas , verdadeiramente são, além das belas feições, do corpo definido, do status profissional ou da riqueza material. Tirando essas coisas, o que lhes resta? Muitas vezes, não sabemos. Muitas vezes, nada.
Os estereótipos colaboram para a perpetuação de valores distorcidos acerca do que é a felicidade, do que nos alimenta, do que nos torna plenos.Contribui para a exclusão de uma maioria que nunca vai se enquadrar no padrão e para a alienação da minoria que acredita ser feliz porque possui uma muito dinheiro no banco, ocupa um cargo elevado ou é a cara do Brad Pitt.

Há tantas pessoas de sucesso que não conseguimos enxergar porque nossa ótica é distorcida, nossas lentes, embaçadas. Pessoas que nos enchem de felicidade, que tornam a nossa vida mais leve, mais bonita. Pessoas tocar e sentir, com quem podemos falar e ouvir. Pessoas de verdade, carne e osso, sentimentos verdadeiros, suor e sangue, lágrimas e sorrisos.Pessoas que , em qualquer circunstância, em qualquer tempo, tornam-nos mais felizes.

Luciana Marinho

Um comentário:

  1. Análise certeira! A compressão desses dados estéticos angustia-nos, retira-nos as asas: amarelas, negras, pardas.

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