segunda-feira, 11 de julho de 2011

Filmes (1)

“O cinema é o mais admirável instrumento conhecido para expressar o mundo dos sonhos, da emoção, do instinto. O mecanismo que cria a imagem cinematográfica é, por seu próprio funcionamento, a forma de expressão humana que mais se assemelha ao trabalho da mente durante o sono. Um filme parece ser uma imitação involuntária do sonho… A escuridão que gradualmente invade a sala é o equivalente ao fechar dos olhos. É o momento em que a incursão noturna ao inconsciente começa na tela e nas profundezas do ser humano. Como no sonho, as imagens aparecem e desaparecem em dissoluções, e o tempo e o espaço se tornam flexíveis, contraindo-se ou se expandindo à vontade. A ordem cronológica e a duração relativa não correspondem mais à realidade…” – Luis Buñuel (http://mardopoeta.wordpress.com/)

Yoga : Primeiras Impressões

Quando me tornei adepta do vegetarianismo e de uma nova concepção das coisas, passei a compreender a Yoga dentro de uma perspectiva espiritual. No início, achei que fosse muito fácil: postura adequada, ambiente tranqüilo, atenção à respiração, quietude da mente. A prática,no entanto, mostrou o contrário.

Não conseguia aquietar os meus pensamentos, focar em mim, esquecer o ambiente externo, ficar na postura certa. Tentativas frustadas,comecei a achar que não era para mim, que talvez fosse necessário ler mais a respeito, compreender melhor como tudo funcionava. Deixei de lado...

Dez anos depois, tive a oportunidade de assistir a uma aula inaugural de Yoga, mas acabei não indo...Enfim, ganhei de presente de aniversário (algo que não se pode recusar) um mês de Yoga. Fui e encontrei tanta coisa minha, tantas partes de mim...No entanto, tive dificuldade com as posturas, em virtude da inércia ao longo dos anos.

Surpreendi-me com esforço que é exigido do corpo, o quanto não temos consciência dele e do quanto essa consciência é fundamental para o nosso controle que, por sua vez, está intimamente ligado com o controle da mente, com a elevação do espírito.

Achei, para falar a verdade, que a Yoga fosse bem tediosa, inerte. Aquela coisa de ficar paradão, relaxando. Surpreendentemente, a Yoga é muito dinâmica, os movimentos não se limitam apenas ao membros posteriores ou inferiores, expandem-se para todo o organismo, principalmente ,o que está dentro.

Sei que vai ser difícil porque a Yoga é um trabalho indissociavelmente ligado ao nosso corpo, à nossa mente, á nossa alma, a tudo que nos construímos ao longo desta vida, ao longo de outras vidas...

Há tanta coisa arraigada, imagens construídas sobre o que nós somos, nossa pseudo-identidade, limitada, fragmentada...Há tanto para se descobrir, há muito, há tudo, o Infinito...É uma “luta” comigo mesma e, por isso , será a mais difícil. O autoconhecimento, apesar de doloroso, nos faz crescer na direção da nossa realização...

Luciana Marinho

O que Come um Vegetariano?

Esse post foi criado para responder a uma pergunta que ouço constantemente: Afinal, você come o quê??


Brocólis/ Aipim/ Andu/ Saladas
Soja/ Arroz Integral/ Frutas, sucos e vitaminas/ Leite
Ovos/ Pão integral/ Cereais/ Batata doce
...e muitas outras coisas...

Leituras (1)




"Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria."

Jorge Luis Borges

Espiritualidade: Começando Outra Vez




A concepção vegetariana veio acompanhada de uma visão de mundo totalmente diferente daquela que construíra durante toda a minha vida. Uma visão que vinha de encontro a tudo que eu sabia sobre o mundo, sobre mim, sobre Deus...Tão diferente do que sempre vivi, tão estranho ao meu universo habitual e, ao mesmo tempo, tão familiar, tão próximo de mim.

E, surpreendentemente, a minha reação foi positiva, acolhedora... É como se meu corpo e mente desconhecessem, mas minha alma já soubesse de alguma forma...é como entrar em um lugar totalmente desconhecido e ter a forte impressão de ter estado ali...Coisa de outras existências...

Foi tudo tão mágico, fantástico, onírico...A comida muito diferente de tudo que havia provado, sabores nunca antes experimentados. As músicas indianas, os mantras... Conheci, através da obra “Autobiografia de um Iogue”, a vida de Paramanhansa Yogananda (Ver postagem de mesmo nome). Uma vida de renúncias materiais em busca da realização espiritual.Uma vida fantástica e, incrivelmente, real.

Conheci um universo extremamente fascinante: O hinduísmo. Uma concepção de vida que cultua a espiritualidade como algo que deve fazer parte da nossa vida em todos os momentos . Por isso, valoriza os rituais porque o rito torna as coisas especiais, sagradas. Cada atividade que realizamos é sagrada: As refeições, o banho, o sono, o despertar, o trabalho...tudo que a gente faz deve estar em sintonia com nosso Eu, nossa Força Maior, nosso Deus.

Nesse mundo, encontrei muita paz, muita felicidade...alegria que vem de dentro, constante, permanente...Infelizmente, com o tempo, fui alterando muito a minha forma de viver, distanciando-me daquela “filosofia de vida”, voltando à “realidade”. E assim, fui perdendo a coisa mais importante: eu mesma. Enquanto as múltiplas atividades cotidianas ocupavam meu tempo, achava que tudo ia bem. Minha espiritualidade não cultivada ia esvaziando-se completamente..

Mudei muito...deixei aflorar tudo aquilo que era reflexo do meu total desequilíbrio interno: impaciência, intolerância, irritabilidade, agressividade, tristeza... Perdi o foco da minha vida ,cheguei ao meu limite,...Enfim, era o momento de resgatar a minha alma que se perdera...

Comecei a praticar ioga há uma semana e, apesar de pouquíssimo tempo, provocou uma mudança significativa neste momento da minha vida. Não falo ainda dos efeitos concretos, visíveis, mas do resgate de muita coisa que havia ficado para trás.

A Ioga foi conseqüência dessa decisão, não o ponto de partida. Talvez, sincronia, reação do Universo que caminha na sua direção quando caminhamos na direção dele. O ambiente da ioga me fez relembrar aqueles momentos de busca, de paz. Momentos únicos, de sonho, no entanto, verdadeiramente reais...

Luciana Marinho

domingo, 10 de julho de 2011

Badi Assad




  Descobri Badi Assad cantando com Seu Jorge a música do clipe (Vacilão).Valeu a descoberta!!

Paramahansa Yogananda :Um Pouco da Biografia





Paramahansa Yogananda (Mukunda Lal Ghosh) nasceu em 5 de Janeiro de 1893, in Gorakhpur, India,

no seio de uma devota família Bengali . Desde cedo manifestou extrema inclinação para o misticismo

e, aos 17 anos, tornou-se discípulo de Swami Sri Yukteswar Giri, um homem santo (anacoreta indiano)

que o iniciou nos segredos da Yoga. Yogananda começou suas atividades de iluminador em 1917, com

uma escola para jovens, na qual ensinava as técnicas destinadas à elevação da consciencia através do

domínio da mente. Em 1920 ele foi convidados a representar a Índia no Congresso Internacional de

Líderes Religiosos realizado em Boston, Estados Unidos. Paramahansa Yogananda foi o grande

divulgador da autêntica Yoga no ocidente e seu livro mais conhecido, pelo qual se imortalizou como

Místico, é "Autobiografia de um Yogue". Seus estudos - e seus ensinamentos - são profundos e para os

estudantes mais sérios ele reservou a transmissão das técnicas da Kriya Yoga, ciência espiritual

sagrada, originada há milênios na Índia, que havia sido ocultada na Idade das Trevas e reapareceu na

modernidade, iluminada pelos Mestres.


Prof. Dr. R. D. Pizzinga, 7Ph.D (Monografia intitulada Paramanhansa Yogananda)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Busca por Deus


(...) Qualquer imagem que eu crie de Deus, como uma pessoa, como um ser extra-mundano, super poderoso que, como meu pai e a minha mãe fizeram quando eu era pequeno, irá me proteger, é uma grande fantasia. Deus não protege ninguém, não dá valor maior a ninguém, não tem mais apreço por um do que pelo outro. Deus não é uma pessoa como nós, com as nossas limitações, parcialidades, sempre desejosos por encontrar uma perfeição inalcançável. A perfeição da vida é Deus. Mas não é essa perfeição idealizada por nós, que está fundamentada na não aceitação da nossa limitação. Deus é a perfeição do Universo, é o próprio Universo e todas as leis que o sustentam, a ordem que permite que tudo exista em constante transformação. Deus é o mundo, e o mundo me inclui, não adianta procurar fora dele ou fora de mim mesmo. Qualquer imagem que eu procure fora do mundo para ilustrar essa perfeição que eu fundamentalmente sou é uma projeção. Sou perfeito para viver essa vida e para descobrir essa verdade de Deus em mim e em tudo. Meu corpo é perfeito porque possui uma ordem intrínseca nele, assim também é a minha mente, limitada em termos de memória, de raciocínio, de aprendizado, mas perfeita nela mesma.


Reconhecer a nossa limitação dentro do Universo, a limitação das outras pessoas e perceber que nisso há uma ordem perfeita é descobrir Deus em tudo. É abrir mão de buscar eternamente por algo que é inalcançável, uma perfeição absoluta e uma proteção pessoal. O Universo me protege através das suas leis, que são impessoais e estão sempre de acordo com uma ordem perfeita e não de acordo com a minha vontade. A ordem perfeita é a lei de causa e efeito, de ação e reação que me entrega de volta sempre de acordo com o que eu dou. Não há como se frustrar com alguém ou com Deus tendo essa visão em mente, pois ela tira toda e qualquer pessoalidade de Deus. O Universo é impessoal. Eu projeto nele a minha pessoalidade, as minhas necessidades e interesses.


Reconhecendo essa perfeição em tudo, consigo acolher todas as pessoas e coisas exatamente como são e ganho o maior dos amparos, a maior das proteções, que é o reconhecimento da ordem perfeita do Universo atuando a cada momento, independente da minha vontade. Então, qualquer imagem que eu use para me relacionar com Deus, torna-se uma escolha, uma representação parcial de Todo o Universo. Assim como toda pessoa que porventura eu venha a reverenciar, por admiração ou respeito, torna-se uma representação de uma habilidade, de uma qualidade que eu cultivo e não uma projeção fantasiosa em busca de uma perfeição inalcançável. Deus se torna mais real e presente na minha vida, assim como a vida se torna mais clara e objetiva.

Tales Nunes