quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Coragem





Foi preciso coragem para  desistir, para mudar
Coragem para voltar
Depois de já ter muito caminhado
Deixar para trás
Tanta coisa construída
Mas que não me servia mais
E começar de novo
Tentar outra vez
Um caminho novo
O caminho certo
Aquele que eu escolhi
Aquele que eu decidi trilhar
Conscientemente
Foi preciso coragem para atender
aos desejos da minha alma
Para ser muito forte...
Quando a coragem vem
Tudo transforma-se
A gente cresce, expande
E tudo o mais fica pequeno:
Os medos, as angústias
Tornamo-nos imensos
E a vida, leve, bela
Sentimo-nos livres, seguros
Porque encontramos a nossa força interna
Que nos impulsiona sempre para frente
Que garante a nossa paz, o nosso equilíbrio
Constantemente
Eternamente
E apenas isso basta
Apenas isso nos preenche
Nos completa
Nada mais importa.


Luciana Marinho

Nossa Língua Portuguesa


A língua é dinâmica e sofre transformações no tempo e no espaço, de acordo com a região ou do momento histórico em que vivem os falantes. Nossa língua materna, apesar de ter sido trazida pelos lusitanos, possui muitas distâncias e características muito peculiares.


Se a nossa língua-mãe e avó é portuguesa, podemos dizer que a nossa língua-bisavó é o latim. Hoje, língua morta, deu origem a diversos idiomas como o inglês, o italiano, o francês. A língua só existe, óbvio, porque as pessoas a utilizam para se comunicarem. Por isso, é inteiramente afetada por essas pessoas que vivem em diferentes lugares e possuem culturas próprias.


A língua é produto cultural, é reflexo da visão de mundo de um povo, daí o seu caráter dinâmico e rico. Nossa língua é tão rica porque sofreu influências dos negros africanos, dos indígenas, além dos portugueses. Além disso, mudou no tempoe nos diversos espaços do nosso imenso território.


A língua constrói-se e transforma-se a todo momento em um movimento dinâmico e dialético que se faz em virtude da comunicação humana. Como dizia a música “Língua” de Caetano, ela roça na de Luís de Camões, aproxima-se, mas não é igual. Ela é só nossa, construída pelo nosso povo que a enriquece com a nossa maneira própria de viver.

Luciana Marinho

Estereótipos e a Felicidade

A todo instante, a indústria cultural bombardeia-nos com estereótipos de beleza e de poder que aparecem nas mais diversas mídias. O sucesso é “medido” pela quantidade de coisas que as pessoas possuem, pelo saldo da conta bancária, pelo cargo que ocupam, pela beleza física.  Construiu –se uma concepção de mundo em que a realização pessoal e até profissional estão associadas a esses estereótipos . Parece ser impossível ser feliz de outra forma.
Isso afeta também os relacionamentos afetivos. As pessoas escolhem um companheiro que preencha os requisitos de alguém “bem-sucedido”. E assim,   esquecem-se de olhar o que realmente importa, enxergar o que as pessoas , verdadeiramente são, além das belas feições, do corpo definido, do status profissional ou da riqueza material. Tirando essas coisas, o que lhes resta? Muitas vezes, não sabemos. Muitas vezes, nada.
Os estereótipos colaboram para a perpetuação de valores distorcidos acerca do que é a felicidade, do que nos alimenta, do que nos torna plenos.Contribui para a exclusão de uma maioria que nunca vai se enquadrar no padrão e para a alienação da minoria que acredita ser feliz porque possui uma muito dinheiro no banco, ocupa um cargo elevado ou é a cara do Brad Pitt.

Há tantas pessoas de sucesso que não conseguimos enxergar porque nossa ótica é distorcida, nossas lentes, embaçadas. Pessoas que nos enchem de felicidade, que tornam a nossa vida mais leve, mais bonita. Pessoas tocar e sentir, com quem podemos falar e ouvir. Pessoas de verdade, carne e osso, sentimentos verdadeiros, suor e sangue, lágrimas e sorrisos.Pessoas que , em qualquer circunstância, em qualquer tempo, tornam-nos mais felizes.

Luciana Marinho

domingo, 2 de outubro de 2011

Pássaro ou Lesma?



Possuímos igual capacidade de sermos pássaros ou lesmas, no entanto, arrastamo-nos muito mais do que voamos. Por quê?



Podemos escolher entre aprender com as dificuldades ou permitir que elas nos destruam; enxergar um pedregulho ou uma montanha intransponível. O homem-pássaro é aquele que possui uma visão ampla da vida, é aquele que enfrenta os desafios, que se permite. Vive sem acumular dores ou mágoas porque só leva o que não lhe pesa. Não carrega o peso do passado nem preocupa-se com o futuro. Vê o mundo como uma criança: belo e mágico! Sonha e vive os seus sonhos. Faz tudo o que escolheu fazer, com prazer, com vontade. O homem-pássaro tem consciência da sua força infinita, tem consciência das suas asas, por isso é leve e VOA.




O homem-lesma, por sua, vez, possui uma ótica diferente. Não tem consciência de suas asas e, mais que isso, vê-se desprovido de qualquer força e coragem. A vida lhe pesa imensamente. Carrega o fardo de tudo o que viveu e vive angustiado, inseguro com o futuro. Enxerga o mundo como a maioria dos adultos: com muita seriedade. Sua vida é tão difícil de viver, tão sofrida... Mas não há o que fazer! Esse homem conforma-se para não sofrer mais. Acomoda-se com uma vidinha vazia, abandona a si mesmo. Não enxerga a sua força e, por isso, a sua vida é tão pesada, ele anda vagarosamente, ARRASTA-SE.

A falta de consciência que temos da nossa própria força, do nosso enorme potencial de transformação, de auto-realização, da nossa capacidade criativa de reverter tudo a nosso favor, faz com que a gente arraste-se ao invés de voar.


  Luciana Marinho




quarta-feira, 21 de setembro de 2011

...Me ajude a ser Feliz... (Rubem Alves)


Estou com medo de que as crianças me chamem de mentiroso. Pois eu disse que o negócio dos professores é ensinar a felicidade. Acontece que eu não conheço nenhuma criança que concorde com isto. Se elas já tivessem aprendido as lições da política, me acusariam de porta voz da classe dominante. Pois, como todos sabem, mas ninguém tem coragem de dizer, toda escola tem uma classe dominante e uma classe dominada: a primeira, formada por professores e administradores, e que detém o monopólio do saber, e a segunda, formada pelos alunos, que detém o monopólio da ignorância, e que deve submeter o seu comportamento e o seu pensamento aos seus superiores, se desejam passar de ano.


Basta contemplar os olhos amedrontados das crianças e os seus rostos cheios de ansiedade para compreender que a escola lhes traz sofrimento. O meu palpite é que, se se fizer uma pesquisa entre as crianças e os adolescentes sobre as suas experiências de alegria na escola, eles terão muito que falar sobre a amizade e o companheirismo entre eles, mas pouquíssimas serão as referências à alegria de estudar, compreender e aprender.

A classe dominante argumentará que o testemunho dos alunos não deve ser levado em consideração. Eles não sabem, ainda… Quem sabe são os professores e os administradores.
Acontece que as crianças não estão sozinhas neste julgamento. Eu mesmo só me lembro com alegria de dois professores dos meus tempos de grupo, ginásio e científico. A primeira, uma gorda e maternal senhora, professora do curso de admissão, tratava-nos a todos como filhos. Com ela era como se todos fôssemos uma grande família. O outro, professor de Literatura, foi a primeira pessoa a me introduzir nas delícias da leitura. Ele falava sobre os grandes clássicos com tal amor que deles nunca pude me esquecer. Quanto aos outros, a minha impressão era a de que nos consideravam como inimigos a serem confundidos e torturados por um saber cujas finalidade e utilidade nunca se deram ao trabalho de nos explicar. Compreende-se, portanto, que entre as nossas maiores alegrias estava a notícia de que o professor estava doente e não poderia dar a aula. E até mesmo uma dor de barriga ou um resfriado era motivo de alegria, quando a doença nos dava uma desculpa aceitável para não ir à escola.

Não me espanto, portanto, que tenha aprendido tão pouco na escola. O que aprendi foi fora dela e contra ela. Jorge Luís Borges passou por experiência semelhante. Declarou que estudou a vida inteira, menos nos anos em que esteve na escola. Era, de fato, difícil amar as disciplinas representadas por rostos e vozes que não queriam ser amados.

(...)

Os métodos clássicos de tortura escolar como a palmatória e a vara já foram abolidos. Mas poderá haver sofrimento maior para uma criança ou um adolescente que ser forçado a mover-se numa floresta de informações que ele não consegue compreender, e que nenhuma relação parecem ter com sua vida?
Compreende-se que, com o passar do tempo a inteligência se encolha por medo e horror diante dos desafios intelectuais., e que o aluno passe a se considerar como um burro. Quando a verdade é outra: a sua inteligência foi intimidada pelos professores e, por isto, ficou paralisada.

Os técnicos em educação desenvolveram métodos de avaliar a aprendizagem e, a partir dos seus resultados, classificam os alunos. Mas ninguém jamais pensou em avaliar a alegria dos estudantes – mesmo porque não há métodos objetivos para tal. Porque a alegria é uma condição interior, uma experiência de riqueza e de liberdade de pensamentos e sentimentos. A educação, fascinada pelo conhecimento do mundo, esqueceu-se de que sua vocação é despertar o potencial único que jaz adormecido em cada estudante. Daí o paradoxo com que sempre nos defrontamos: quanto maior o conhecimento, menor a sabedoria. T. S. Eliot fazia esta terrível pergunta, que deveria ser motivo de meditação para todos os professores: “Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?”

Vai aqui este pedido aos professores, pedido de alguém que sofre ao ver o rosto aflito das crianças, dos adolescentes: lembrem-se de que vocês são pastores da alegria, e que a sua responsabilidade primeira é definida por um rosto que lhes faz um pedido: “Por favor, me ajude a ser feliz…”

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Pedagogia da Alma


Defendo uma pedagogia da sensibilidade,
o exercício da alteridade,
 o intercâmbio de olhares,
de concepções de mundo,
 a pedagogia da liberdade,
do corpo, da alma, do sentimento, da vida.
Sou a favor de uma pedagogia da completude,
 da realização humana.
Moacir Gadotti, pedagogo e filósofo,
 apresenta alguns princípios fundamentais
 para uma educação comprometida
com a formação de pessoas humanas.
Educar para pensar globalmente,
educar os sentimentos,
para a identidade terrena e consciência planetária,
para a compreensão, simplicidade e quietude.
O acúmulo de informações é inútil,
é preciso saber pensar a realidade,
saber aprender e saber fazer.
 Devemos educar para a convivência,
 para a busca do sentido da vida,
para a consciência ambiental.
 Precisamos educar para a ética,
para as relações humanas solidárias.
 Precisamos educar para a formação de novos valores
 como a paz, a simplicidade, o autoconhecimento,
a quietude, o saber escutar, o saber conviver.
Precisamos educar também o corpo. Educar a alma...

Luciana Marinho

Another Again (John Legend)

Já ouvi tanto essa música...incansavelmente, repetidas vezes!!

domingo, 18 de setembro de 2011

Africa Mamma




Sem Palavras

Speecheless...Música belíssima de Michael Jackson ...Gosto de muitas outras, quase todas elas...essa, no entanto, é especial...a letra, a sua voz tão suave.... Eis um trecho que gosto muito: "Quando estou com você, estou sob a luz, onde não posso ser encontrado ; É como se eu estivesse parado em um lugar chamado solo sagrado." Não sei se refere-se a um grande amor, a Deus...é lindo, de qualquer forma!!




A Copa da Vida (Rick Martin)



Já fui fã (enlouquecida) na adolescência...fase de poucos discernimentos...rsrsrs....Contudo, confesso que ainda hoje Rick fascina-me...Admiro a sua consciência corporal, a sensualidade... Ô desperdícioo!!

Maria, Maria


Esta música sempre habitou o meu imaginário...transportou-me para outros lugares...devaneios bons...

Ler Pouco (Rubem Alves)




Jovem, eu sonhava ter uma grande biblioteca. E fui assim pela vida, comprando os livros que podia. Tive de desenvolver métodos para controlar minha voracidade, porque o dinheiro e o tempo eram poucos. Entrava na livraria, separava todos os livros que desejava comprar e, ao me aproximar do caixa, colocava-os sobre o balcão e me perguntava diante de cada um: “ Tenho necessidade imediata desse livro? Tenho outros, em casa, ainda não lidos? Posso esperar?” E assim ia pegando cada um deles e os devolvendo às prateleiras. A despeito desse método de controle cheguei a ter uma biblioteca significativa, mais do que suficiente para as minhas necessidades.

Notei, à medida em que envelhecia, uma mudança nas minhas preferências: passei a ter mais prazer na seção dos livros de arte nas livrarias. Os livros de ciência a gente lê uma vez, fica sabendo e não tem necessidade de ler de novo. Com os livros de arte acontece diferente. Cada vez que os abrimos é um encantamento novo! Creio que meu amor pelos livros de arte têm a ver com experiências infantis.

Talvez que os psicanalistas interpretem esse amor como uma manifestação neurótica de regressão. Não me incomodo. Pois, em oposição à psicanálise que considera a infância como um período de imaturidade que deve ser ultrapassado para que nos tornemos adultos, eu, inspirado por teólogos e poetas, considero a maturidade como uma doença a ser curada. Bem reza a Adélia Prado: “ Meu Deus, me dá cinco anos, me cura de ser grande…” E não pensem que isso é maluquice de poeta. Peter Berger, um sociólogo inteligente e com senso de humor, definiu “maturidade”, essa qualidade tão valorizada, como “ um estado de mente que se acomodou, ajustou-se ao status quo e abandonou os sonhos selvagens de aventura e realização…”


 Menino de cinco anos, eu passava horas vendo um livro da minha mãe, cheio de figuras. Lembro-me: uma delas era um prédio de dez andares com a seguinte explicação: “Nos Estados Unidos há casas de dez andares.” E havia a figura de um caçador de jacarés, e de crianças esquimós saudando a chegada do sol.
O fato é que comecei a mudar os meus gostos e chegou um momento em que, olhando para aquelas estantes cheias de livros, eu me perguntei: “Já sou velho. Terei tempo de ler todos esses livros? Eu quero ler todos esses livros?” Não, nem tenho tempo e nem quero. Então, por que guardá-los? Resolvi dar os livros que eu não amava. Compreendi, então, que não se pode falar em amor pelos livros, em geral. Um homem que diz amar todas as mulheres na verdade não ama nenhuma. Nunca se apaixonará. O mesmo vale para os livros. Assim, fui aos meus livros com a pergunta: “Você me ama?” (Acha que estou louco? É Roland Barthes que declara que o texto tem de dar provas de que me deseja. Há muitos livros que dão provas de que me odeiam. Outros me ignoram totalmente, nada querem de mim… ). “Vou querer ler você de novo?” Se as respostas eram negativas o livro era separado para ser dado.


Essa coisa de “amor universal aos livros” fez-me lembrar um texto de Nietzsche sobre o filósofo Tales de Mileto, em que ele recorda que “a palavra grega que designa o “sábio” se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphos, o homem de gosto mais apurado; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois, (…) a arte peculiar do filósofo. (…) A ciência, sem essa seleção, sem esse refinamento de gosto, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas…” E depois, no Zaratustra, ele comenta com ironia: “Mastigar e digerir tudo – essa é uma maneira suina.”

O fato é que muitos estudantes são obrigados a ler à maneira suina, mastigando e engolindo o que não desejam. Depois, é claro, vomitam tudo… Como eu já passei dessa fase, posso me entregar ao prazer de ler os livros à maneira canina. Nenhum cachorro abocanha a comida. Primeiro ele cheira. Se o nariz não disser “sim” ele não come. Faço o mesmo com os livros. Primeiro cheiro. O que procuro? O cheiro do escritor. Se não tem cheiro humano, não como. Nietzsche também cheirava primeiro. Dizia só amar os livros escritos com sangue.


Ler é um ritual antropofágico. Sabia disso Murilo Mendes quando escreveu: “No tempo em que eu não era antropófago, isto é, no tempo em que eu não devorava livros – e os livros não são homens, não contém a substância, o próprio sangue do homem?” A antropofagia não se fazia por razões alimentares. Fazia-se por razões mágicas. Quem come a carne do sacrificado se apropria das virtudes que moravam no seu corpo. Como na eucaristia cristã, que é um ritual antropofágico: “Esse pão é a minha carne, esse vinho é o meu sangue…” Cada livro é um sacramento. Cada leitura é um ritual mágico. Quem lê um livro escrito com sangue corre o risco de ficar parecido com o escritor. Já aconteceu comigo…


Rubem Alves

With or Without You (U2)

Gosto das letras, do som, da voz de Bono ...tudo!!

Tempo é (muito mais que ) Dinheiro

(...) De fato, atualmente parece que estamos sempre em débito em relação à quantidade de tempo que temos disponível. Direcionamos boa parte do nosso tempo e da nossa vida na busca de segurança material. Mas a noção de segurança é relativa. (...)


Em certos momentos da vida, então, posso me dar conta de que por mais que a minha conta bancária esteja positiva e eu tenha conquistado muitas coisas, ainda não me sinto seguro. E em troca, a minha conta de tempo parece estar sempre negativa.


Hoje em dia somos educados e estimulados a ser bons profissionais, a ganhar dinheiro, a consumir, a poupar, a garantir a segurança material, a competir. Porém, não somos ensinados a usar o nosso tempo para sermos bons pais, bons filhos, bons cidadãos. Todos nós carregamos internamente o sentimento de inadequação e de insegurança. (...)



O que realmente nos preenche?(...) Temos cada vez mais dificuldade por falta de tempo, mas especialmente de espaço interno para apreciar coisas simples da vida. A infância dos filhos, a velhice dos pais, o companheirismo dos irmãos, a companhia dos amigos, o pôr do sol, o nascer do sol. A nossa ansiedade com o futuro, a insegurança financeira, o medo de perder o que se adquiriu e o desejo de adquirir mais, faz com que apliquemos o nosso tempo de maneira equivocada. (...)



Existe uma diferença fundamental entre executar ações e buscar conquistas movido por uma questão interna, seja medo ou insegurança; e executar ações e buscar conquistas com uma atitude interna de apreciação, trazida pela compreensão do seu papel no mundo e pela descoberta de um espaço de conforto em si mesmo. E é apenas dedicando tempo a si mesmo, ao autoconhecimento que descobrimos isso. (...)


Deveríamos ver o tempo como maior de todos os bens. Assim, escolheríamos melhor com quem, com o que e onde iríamos gastar o nosso tempo. (...) Usar o tempo com inteligência é viver a vida, o presente, inteligentemente. Isso não quer dizer que devamos negligenciar o futuro. Quer dizer que nas nossas contabilidades diárias, deveríamos colocar o tempo como bem mais precioso.(...)


Tempo junto, tempo de conversa, tempo de fazer nada, apenas de presença, mesmo que esta presença seja tratar com atenção dando tempo a nós mesmos, dedicando-nos ao autoconhecimento, e também às pessoas ao nosso redor (...)

Texto adaptado de Tales Nunes (Estudante de Vedanta e Mestre em Antropologia). Cadernos de Yoga nº 31.

sábado, 17 de setembro de 2011

Ciclovias & Sustentabilidade

Vejo as práticas de sustentabilidade como algo que deve, obrigatoriamente, fazer parte das nossas atitudes cotidianas e não como uma alternativa, como algo que escolhemos fazer. Precisamos nos conscientizar de que somos um grande sistema ou ecossistema, onde tudo está interligado, intimamente ligado, como numa rede, numa teia de aranha.




  Consciência ambiental vai muito além de não jogar lixo na rua, de economizar água, da reciclagem. Há tantas coisas que fazem parte de uma prática consciente, coisas que fogem completamente da experiência de muitos países, inclusive o nosso. Desenvolver a sustentabilidade não é tão simples como muitos pensam, exige que olhemos tudo de uma forma completamente diferente, até oposta ao que estávamos acostumados  a olhar.


A consciência ambiental parte do princípio de que todos os seres merecem ser felizes. Isso significa dizer que os homens não possuem nenhum privilégio em relação a outras formas de vida. Todos nós merecemos ser felizes e só seremos juntos, quando houver harmonia completa entre todas as formas de vida. Pelo amor altruísta a todos os seres ou pelo amor egoísta a nós mesmos, precisamos, com urgência, transformar as nossas práticas e os nossos olhares.

 
  Outro dia, vi um exemplo disso em um pequeno documentário que falava sobre as ciclovias em países desenvolvidos como Copenhague, na Dinamarca, Amsterdã, na Holanda e Bogotá, na Colômbia ( única região da América Latina). As ciclovias fazem parte das tecnologias limpas, ou seja, que não poluem o meio ambiente. Interessante perceber que muitas pessoas utilizam a bicicleta como transporte para ir à faculdade, escola, trabalho, fazer passeios, enfim, em praticamente todos os seus deslocamentos diários. Isso independentemente da sua classe social, professores e alunos, chefes ou subordinados, todos utilizam a bicicleta.


 Isso só foi possível não só pela mudança de concepção dos moradores, mas pela organização de uma estrutura adequada para o deslocamento seguro dos ciclistas: as ciclovias. Essa preocupação em desenvolver espaços ora exclusivos, ora prioritários para os ciclista faz parte do processo de implantação das práticas ecologicamente responsáveis. Além disso, as altas taxas sobre o deslocamento dos automóveis também contribuem para que as pessoas optem pela bike. Os moradores de Copenhague, Amsterdã e Bogotá utilizam os carros apenas para distâncias muito grandes.


 Claro que isso não aconteceu naturalmente. A Dinamarca, por exemplo, enfrentou uma séria crise de escassez de petróleo e teve que buscar alternativas: as ciclovias são resultado disso. A crise também fez com que a população sentisse a necessidade de rever sua relação com a natureza, com o meio ambiente. Hoje, esses países, desenvolvem outras práticas sustentáveis como reaproveitamento da água e uso das tecnologias limpas em outros setores.

No Brasil, já existem iniciativas para a construção de ciclovias. No entanto, é preciso mudar a concepção já consolidada de que a bicicleta não possui o status do automóvel. É preciso transformar valores, compreender que a qualidade de vida é o que realmente importa. A diferença entre países desenvolvidos e de 3º mundo é que, os primeiros já vivenciaram os benefícios e mazelas do desenvolvimento predatório, quase chegaram ao limite. Nós ainda alimentamos a ilusão de que o desenvolvimento tecnológico, com toda a comodidade e excessos, nos tornará mais felizes.

Enquanto nós estamos indo, os países desenvolvidos estão voltando. Estão à nossa frente porque além de possuírem mais acesso ás informações e, portanto, maior consciência ambiental, possuem também as tecnologias mais avançadas que, embora pareça ser contraditório , serão instrumentos fundamentais para uma vida sustentável.


Estou retomando os meus passeios de bike, depois de algum tempo sedentária. Confesso que a falta de espaços para os ciclistas dificulta muito o deslocamento, não dá para disputar com os automóveis.      No entanto, é tão boa a vista das pessoas, das paisagens. Dá para ver melhor tudo, além de colocar o corpo em movimento, realizar uma atividade que beneficia o corpo, a mente e o espírito.
        
         Luciana Marinho

O Mundo

Lenine, Moska, Zeca Baleiro, Chico César e Suzano juntos! Imperdível!!

Contos de Fada à La Shrek

Não gosto dos contos clássicos
Com as suas características tradicionais,
Tudo perfeitinho
Belas princesas, príncipes galantes,
Fadas madrinhas
Felizes para sempre
Numa vidinha igualzinha,
De mentirinha
Prefiro os contos a La Shrek
Mais reais e com a mesma magia,
Com o mesmo barulho de sonho
Com a mesma beleza, leveza
Com a alegria
Que vem de dentro, de verdade


Não gosto dos contos clássicos
Que associam a felicidade à beleza,
Á juventude, À perfeição,
À riqueza, à ilusão
Bonitinhos, pequenininhos,
Cenários artificialmente criados



Prefiro um conto de fadas a La Shrek,
Imperfeito
Cenários reais, cheio de defeitos
Uma história profunda, grande
Não gosto dos contos clássicos
Rasos, vazios, lineares


Prefiro um conto a La Shrek,
Verdadeiro e único
Complexo, fundo
Eterno, alimentado pela essência,
Pelo que há dentro de cada um,
Sem a superficialidade dos contos tradicionais
Enfim, não gosto dos contos de fada clássicos
Porque eles não falam de mim,
Não dialogam comigo
Prefiro os contos á La Shrek
Porque neles eu me vejo,
Encontro-me...
Luciana Marinho 


Corinne Bailey

As Sete Leis da Sincronicidade


1-Meu espírito é um campo de possibilidades infinitas que conecta tudo o mais.

2. Meu dialogo interno reflete meu poder interno. O dialogo interno das pessoas auto- realizadas pode ser descrito assim: é imune a críticas; não tem apego aos resultados; não tem interesse em obter poder sobre os outros; não tem medo. Isso porque o ponto de referência é interno, não externo.

3.
Minhas intenções tem poder infinito de organização. Se minha intenção vem do nível do silêncio, do espírito, ela traz em si os mecanismos para se concretizar.

4.
Relacionamentos são a coisa mais importante na minha vida. E alimentar os relacionamentos é tudo o que importa. As relações são cármicas e quem nós amamos ou odiamos é o espelho de nós mesmos: queremos mais daquelas qualidades que vemos em quem amamos e menos daquelas que identificamos em quem odiamos.

5. Eu sei como atravessar turbulências emocionais. Para chegar ao espírito é preciso ter sobriedade. Não dá para nutrir sentimentos como hostilidade, ciúme, medo, culpa, depressão. Essas são emoções tóxicas. Importante: onde há prazer, há a semente da dor, e vice-versa. O segredo é o movimento: não ficar preso na dor, nem no prazer (que então vira vício). Não se deve reprimir ou evitar a dor, mas tomar responsabilidade sobre ela.

6.
Eu abraço o feminino e o masculino em mim. Esta é a dança cósmica, acontecendo no meu próprio eu. A energia masculina: poder, conquista, decisão. A energia feminina: beleza, intuição, cuidado, afeto, sabedoria. Num nível mais profundo, a energia masculina cria, destrói, renova. A energia feminina é puro silêncio, pura intenção, pura sabedoria.

7.
Estou alerta para a conspirações das improbabilidades. Tudo o que me acontece de diferente na vida é carmico. É, portanto, um sinal de que posso aprender alguma coisa com aquela experiência. Em toda adversidade há a semente da oportunidade.