segunda-feira, 11 de julho de 2011

Espiritualidade: Começando Outra Vez




A concepção vegetariana veio acompanhada de uma visão de mundo totalmente diferente daquela que construíra durante toda a minha vida. Uma visão que vinha de encontro a tudo que eu sabia sobre o mundo, sobre mim, sobre Deus...Tão diferente do que sempre vivi, tão estranho ao meu universo habitual e, ao mesmo tempo, tão familiar, tão próximo de mim.

E, surpreendentemente, a minha reação foi positiva, acolhedora... É como se meu corpo e mente desconhecessem, mas minha alma já soubesse de alguma forma...é como entrar em um lugar totalmente desconhecido e ter a forte impressão de ter estado ali...Coisa de outras existências...

Foi tudo tão mágico, fantástico, onírico...A comida muito diferente de tudo que havia provado, sabores nunca antes experimentados. As músicas indianas, os mantras... Conheci, através da obra “Autobiografia de um Iogue”, a vida de Paramanhansa Yogananda (Ver postagem de mesmo nome). Uma vida de renúncias materiais em busca da realização espiritual.Uma vida fantástica e, incrivelmente, real.

Conheci um universo extremamente fascinante: O hinduísmo. Uma concepção de vida que cultua a espiritualidade como algo que deve fazer parte da nossa vida em todos os momentos . Por isso, valoriza os rituais porque o rito torna as coisas especiais, sagradas. Cada atividade que realizamos é sagrada: As refeições, o banho, o sono, o despertar, o trabalho...tudo que a gente faz deve estar em sintonia com nosso Eu, nossa Força Maior, nosso Deus.

Nesse mundo, encontrei muita paz, muita felicidade...alegria que vem de dentro, constante, permanente...Infelizmente, com o tempo, fui alterando muito a minha forma de viver, distanciando-me daquela “filosofia de vida”, voltando à “realidade”. E assim, fui perdendo a coisa mais importante: eu mesma. Enquanto as múltiplas atividades cotidianas ocupavam meu tempo, achava que tudo ia bem. Minha espiritualidade não cultivada ia esvaziando-se completamente..

Mudei muito...deixei aflorar tudo aquilo que era reflexo do meu total desequilíbrio interno: impaciência, intolerância, irritabilidade, agressividade, tristeza... Perdi o foco da minha vida ,cheguei ao meu limite,...Enfim, era o momento de resgatar a minha alma que se perdera...

Comecei a praticar ioga há uma semana e, apesar de pouquíssimo tempo, provocou uma mudança significativa neste momento da minha vida. Não falo ainda dos efeitos concretos, visíveis, mas do resgate de muita coisa que havia ficado para trás.

A Ioga foi conseqüência dessa decisão, não o ponto de partida. Talvez, sincronia, reação do Universo que caminha na sua direção quando caminhamos na direção dele. O ambiente da ioga me fez relembrar aqueles momentos de busca, de paz. Momentos únicos, de sonho, no entanto, verdadeiramente reais...

Luciana Marinho

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