terça-feira, 22 de março de 2011

A Metamorfose ( Kafka )

Sempre ouvira falar em Franz Kafka como um autor hermético, incompreensível...o seu nome já me assombrava...Kafka, essa junção do f com o k, nunca vista por mim em nenhuma outra palavra da língua portuguesa , já me causava estranheza...

Achava Kafka muito estranho, quase alienígena... Tive contato com o seu livro Metamorfose há mais de dez anos no escritório do meu tio com quem morava...


Esqueci-me de Kafka...Depois disso, todas as pessoas que se referiam a Ele, descreviam um autor inacessível...e a sua obra Metamorfose, algo totalmente inconcebível para a mente humana... E eu me perguntava: Quando vou me arriscar a lê-lo?


Enfim, esse dia chegou...A primeira surpresa foi com a extensão da obra, apenas 123 páginas. Achei que seriam, no mínimo, 999. Todavia, isso aumentou a minha expectativa. Em tão pouco, ele surpreenderia...


Comecei, enfim, a leitura. Pensei: Não vou compreender nada...Outra surpresa:Poucas vezes li textos tão claros e objetivos.


O enredo, sim, chamou a minha atenção e comprovou as minhas impressões...estranho, muito esquisito...Onde já se viu uma estória de um homem que se transforma em barata? Nunca vi nada igual...


Longe de ser, científicamente , possível, ao longo da leitura, isso vai se acomodando, consolidando-se, enfim, torna-se fato comum...E continuei achando tudo muito “louco”, um protagonista-inseto, uma família desarranjada, igualmente esquisita..


Aguardava ansiosamente o desfecho...e então?? Nada..continuei igual...E fiquei me perguntando se haveria motivos para se falar tanto em Kafka. Talvez, seria até leviano avaliar um autor considerando apenas uma obra...Fiquei inconformada e, de tanto, buscar uma explicação para tantas referências exaltadas à sua obra, me rendi a Ele...
Enfim, concordo com Ênio Silveira na apresentação do livro quando diz que Kafka “coloca diante de nós sem adjetivos ou rótulos, sem comentários e sem compaixão, sem obedecer a esquemas políticos ou a conceituações sociológicas, atmosfera pesada, sufocante e monótona da vida burguesa que domina uma casa”.


Por fim, afirma que “ O leitor sensível(...) compreenderá que Franz Kafka, com seu estranho mundo paralelo, foi afinal, à sua maneira particular, um lutador(...) que manejou as armas da alegoria com a eficiência e a boa mira de um franco-atirador engajado.”
Luciana Marinho
Referência Bibliográfica:Kafka, Franz. A Metamorfose.Rio de Janeiro: Record,1977.

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