sábado, 26 de fevereiro de 2011

Riso, subversivo?

 Nunca pensei que o riso pudesse ter sido subversivo em algum momento da História. Achei que fosse invenção (instigante!) de Humberto Eco, autor do livro “O nome da rosa”. No livro e no filme de mesmo nome, o enredo se desenrola em torno do mistério de um livro proibido. O livro era considerado subversivo para a Igreja Católica porque falava do riso.
Outro dia, descobri que isso foi um fato, realidade.  Segundo Mikhail Bakhtin (1987), “O riso era condenado pelo cristianismo oficial na Idade Média. O tom sério caracterizava a cultura medieval oficial, sendo a única forma de expressar a verdade, o bem e tudo o que era importante. (...)
Sei que naquela época, a Igreja Católica cometeu abusos e absurdos ,mas a proibição explícita do riso me deixou perplexa. Bem, se o riso era proibido nos contextos formais e oficiais, nos espaços populares, ele foi “legalizado”. Essa criminalização do riso possibilitou o surgimento, ainda na Idade Média, das “festas dos loucos”, momentos em que o riso “corria solto” e o espiritual dava lugar ao profano.

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